Sempreviva Organização Feminista -

2005-04-04 00:00:00

Boletim eletrônico da SOF - Sempreviva Organização Feminista - número 02 - 22 de julho de 2002

O boletim eletrônico "Sempreviva Informa" é enviado gratuitamente às mais diversas entidades do movimento feminista, organizações não-governamentais, partidos e demais entidades. Notícias dos boletins passados podem ser acessadas na página www.sof.org.br/noticias/ .

As mulheres estão contra a Alca
Idéias para a mobilização

Plebiscito de 1º a 7 de setembro: entre nesta batalha

Reposição hormonal apresenta risco de câncer

Os estudos sobre os hormônios

Luta anti-globalização continua!

Fórum Social na Argentina

Ato contra a entrega da Base de Alcântara

Mulheres são maioria do eleitorado brasileiro neste ano

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As mulheres estão contra a Alca

De 5 a 12 de agosto será realizada a semana de mobilização da Campanha contra a Alca. E no dia 12 de agosto a Marcha Mundial das Mulheres estará nas ruas do país apresentando as conseqüências da Alca para a vida das mulheres: desemprego; perda de direitos como licença maternidade; privatização de serviços como saúde e educação; prostituição e tráfico de mulheres.

Não deixe de participar! Queremos decidir o que é bom para nossas vidas e para nosso país. Lutamos pela autonomia pessoal de cada cidadã e cidadão e pela soberania nacional!

A Secretaria Nacional da campanha contra a Alca está sediada em São Paulo: rua Glicério, 221, CEP 01415-000; telefone (11)3341-0201; e-mail jubileubrasil@caritasbrasileira.org

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Idéias para a mobilização

As mulheres da Marcha optaram pelo dia 12 de agosto como forma de lembrar a impunidade ao assassinato da líder rural Margarida Maria Alves, ocorrido em 12 de agosto de 1983. Em 2002, as mulheres usarão o 12 de agosto para denunciar a nova estratégia de dominação imperialista dos Estados Unidos.

Na mobilização do dia 12 vale a criatividade: fazer algo como uma feira, em praças públicas, com barracas que trabalhem o que é a Alca e os impactos na vida das mulheres, o ambiente da Alca que já estamos vivendo, com destaque para o tratamento do corpo das mulheres como mercadoria. Produção de painéis com fotos e informações curtas, reprodução de pequenas mensagens gravadas e também gravar depoimentos das pessoas.

Alguns personagens, que estão todos os dias nas ruas, como o homem com a placa de compra-se ouro, o vendedor que estende uma lona com ervas medicinais, a estátua viva, o vendedor de passe, a cartomante, a cigana que lê a mão, serão interpretados refazendo as mensagens com denúncias contra a Alca.

Bloco na rua
Em São Paulo, o ato será na Praça Ramos. No Rio de Janeiro, o Buraco do Lume será tomado de mulheres. As gaúchas também estão se organizando, assim como companheiras do Acre e centro-oeste. Em Mossoró (RN), durante o encontro das trabalhadoras rurais será realizada atividade de rua contra a Alca. Em Natal, as mulheres da Marcha irão para o calçadão fazer panfletagens e conversar com a população.

Ações na Bolívia
Mulheres bolivianas que integram a campanha contra a Alca em seu país participaram, no dias 18 e 19 de maio, em Cochabamba, do 1º Encontro Nacional "Os Impactos da Alca na Bolívia".

O evento teve o apoio de mais de 100 organizações, entre elas a Remte e a Fundação Sólon, e contou com a presença de mais de 230 participantes de organizações sindicais e outras instituições.

Entre os presentes, pelo menos 50% eram mulheres, que haviam participado de encontros preparatórios e estão se organizando para combater a Alca.

Com o lema "As mulheres são pela vida - não à Alca!", as bolivianas participaram do Encontro Nacional expondo as conseqüências do Acordo paras as mulheres. Foram analisados, em 16 grupos temáticos, os efeitos das políticas comerciais em diferentes âmbitos: agricultura, petróleo e gás, saúde, educação, direitos das mulheres e humanos, juventude, cultura, água, terra, entre outros.

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Plebiscito de 1º a 7 de setembro: entre nesta batalha

Assim como foi feito com a dívida externa, diversas entidades e movimentos sociais e populares estão organizando um plebiscito nacional para que a população possa opinar sobre a Alca. Em todo o país, na primeira semana de setembro, a Campanha contra a Alca organizará a consulta popular. Entre em contato com a secretaria nacional da Campanha e veja como instalar uma urna em sua cidade, bairro, local de trabalho ou escola.
A Campanha contra a Alca não se encerra neste plebiscito. Nossa luta só termina quando conseguirmos barrar a Área de Livre Comércio das Américas.

Veja a seguir as perguntas aprovadas, no dia 18 de julho, pela Coordenação da Campanha:

1- O governo brasileiro deve assinar o Tratado da Alca?
2- O governo brasileiro deve continuar participando das negociações da Alca?
3- O governo brasileiro deve entregar uma parte do nosso território - a Base de Alcântara - para o controle militar dos Estados Unidos?

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Reposição hormonal apresenta risco de câncer

Como alertamos no Boletim Mulher e Saúde, hormônios na menopausa são um risco enorme para a saúde das mulheres.

Em julho, todos os meios de comunicação informaram com destaque os riscos dos hormônios na menopausa. Como mostramos no Mulher e Saúde, há mais de três anos já havia estudos mostrando esses riscos. Agora, uma pesquisa mais recente acabou de confirmar: os hormônios aumentam mesmo o risco de câncer do seio, ataque do coração, derrame, embolia pulmonar e trombose.

Nas edições passadas do boletim Mulher e Saúde, nossas leitoras podem encontrar o que a equipe da SOF pesquisou para ajudar com problemas que aborrecem algumas mulheres no período da menopausa. Também mostramos hábitos saudáveis que têm ótimo efeito para melhorar a saúde e a qualidade de vida.

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Os estudos sobre os hormônios

Os Estados Unidos suspenderam subitamente um importante estudo sobre a reposição de hormônios em mulheres na pós-menopausa. Os cientistas do governo americano decidiram paralisar o maior estudo nacional sobre a terapia hormonal alegando que a utilização prolongada de estrogênio e progesterona aumenta significativamente o risco de câncer de mama, derrame e ataque cardíaco.

Os pesquisadores teriam determinado que os riscos em longo prazo do tratamento superam os benefícios para as mulheres que ainda possuem útero. A pesquisa, chamada 'Iniciativa para a Saúde da Mulher', incluiu 16 mil mulheres e foi o maior estudo de comparação dos efeitos do uso de hormônios e de um placebo após a menopausa.
Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) informaram que o uso do estrogênio e progesterona durante todo o ano aumenta o risco de uma mulher saudável sofrer um derrame em 41%, de ter um ataque cardíaco em 29% e de desenvolver um câncer de mama em 24%.

- As mulheres que possuem útero e atualmente tomam estrogênio e mais progesterona deveriam ter uma conversa séria com seus médicos para saber se devem continuar com isso - disse o médico Jacques Rossouw, do Instituto Nacional do Sangue, Pulmão e Coração, que liderou o estudo, em um comunicado.

Os médicos recomendam o tratamento de reposição hormonal como forma de prevenir algumas doenças crônicas, como osteoporose e problemas cardíacos. Estima-se que atualmente cerca de seis milhões de mulheres americanas usem a combinação hormonal para aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor, transpiração noturna e secura vaginal.

O estudo americano mostrou que a terapia diminuiu os riscos de fraturas no quadril, que seria um indício de baixa ocorrência de osteoporose. Mas o risco da ocorrência de outras doenças aumentou tanto que os pesquisadores decidiram que o tratamento não compensava.

- Os riscos cardiovasculares e de câncer do estrogênio mais progesterona superam quaisquer benefícios. Um aumento de 26% no risco de câncer de mama é um preço muito alto a se pagar, mesmo que haja um benefício cardíaco - acrescentou o diretor do instituto, o médico Claude Lenfant, segundo a Reuters.

O estudo foi publicado no "Journal of the American Medical Association". É o segundo golpe sofrido pela terapia de reposição hormonal neste mês. Na semana passada, uma equipe de médicos informou que a combinação de estrogênio e progesterona não protege as mulheres contra doenças cardíacas após a menopausa.

- Recomendamos que os médicos deixem de receitar esta combinação para uso prolongado. Os riscos da droga são acumulativos com o tempo - disse a médica Suzanne Fletcher, da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, EUA, em um editorial que acompanha os resultados do estudo nacional.

Entretanto, os cientistas enfatizaram que as mulheres não deveriam se preocupar porque os riscos individuais são pequenos. Para cada 10 mil mulheres que seguem a terapia de reposição hormonal, há cerca de oito casos anuais de câncer de mama, outros oito de derrames cerebrais e mais sete de ataques cardíacos. A combinação de estrogênio e progesterona também proporciona seis casos a menos por ano de câncer de colo de útero e cinco casos a menos de fraturas de quadril.

Fonte: agências internacionais

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Luta anti-globalização continua!

Em julho do ano passado, o ativista Carlo Giuliani morria em confronto com a polícia italiana durante manifestações de rua contra a cúpula do G8 em Gênova, fato que causou comoção internacional mas que em nada afetou os rumos da política das potências econômicas e suas instituições financeiras. Hoje, a imposição do modelo neoliberal mostra sua face mais dura com o aprofundamento de uma crise sem precedentes na Argentina. Avaliar esse quadro e procurar alternativas é o objetivo do Fórum Social Temático Argentina, o próximo grande evento do processo do Fórum Social Mundial, a ser realizado em agosto deste ano.

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Fórum Social na Argentina

No dia 5 de julho, data em que ocorre a reunião de presidentes do Mercosul em Buenos Aires, o Comitê Organizador Argentino e membros da Secretaria do Fórum Social Mundial (FSM) farão o lançamento oficial do Fórum Social Temático Argentina, que acontece de 22 a 24 de agosto deste ano. O evento pretende discutir e debater a crise que assola a vida das argentinas e argentinos.

A mesma crise, que será tema do evento, no entanto, está causando sérios problemas financeiros aos seus organizadores. Assim, foi lançada uma campanha de solidariedade ao FST ARGENTINA: as organizações participantes do FSM que puderem fazer contribuições em dinheiro devem entrar em contato com o Comitê Organizador argentino ou com o Escritório do FSM, em São Paulo.

Comitê Organizador Argentina: forosocialarg@wamani.apc.org
Escritório FSM: fsm2003@uol.com.br

Datas dos Fóruns Sociais Regionais, parte da agenda oficial do FSM:
o Fórum Social Europeu - Florença, Itália, de 6 a 10 de novembro de 2002
o Fórum Social Asiático - Hyderabad , Índia - 2 a 7 de janeiro de 2003.
o Fórum Social Regional Pan-Amazônico - Belém do Pará, Pará, 16 a 19 de janeiro de 2003

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Ato contra a entrega da Base de Alcântara

Está marcado para o dia 29 de julho, no auditório do Largo São Francisco, centro de São Paulo, o ato contra a entrega da Base de Alcântara (MA) aos Estados Unidos. O ato será às 18 horas e contará com a presença de diversas personalidades e lideranças políticas. Outras informações e o cartaz do ato podem ser retirados no gabinete da vereadora Flávia Pereira, (11)3111-2217/2407.

Veja abaixo a íntegra do manifesto lançado no Rio de Janeiro.

Manifesto em defesa da soberania do Brasil
Contra o acordo de utilização da base de Alcântara pelo governo dos estados unidos.
O mais antigo e legítimo princípio do exercício da soberania dos povos é a defesa da integridade do seu território. Princípio que lhe garante ação soberana inquestionável para desenvolvê-lo de maneira sustentável e oferecê-lo às gerações futuras.
O Governo Fernando Henrique Cardoso está ferindo este princípio, ao acatar as inaceitáveis condições impostas pelo governo dos Estados Unidos da América, para utilização da Base de Alcântara, no Maranhão. O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, assinado entre os dois governos, em abril de 2000, constitui-se numa peça que envergonha a diplomacia brasileira e em um insulto à nossa soberania e inteligência.
É inaceitável para um país soberano, sob qualquer ponto de vista, admitir que a área da Base de Alcântara seja privativa da autoridade do governo dos Estados Unidos, garantindo-lhe total privacidade na circulação de pessoas e equipamentos.
O teor do acordo não nos deixa dúvida sobre as reais motivações geopolíticas e militares do governo dos Estados Unidos, ao exigir autonomia total em nosso território, justamente na entrada da Amazônia. E, sorrateiramente, este Acordo sepulta a possibilidade da Aeronáutica brasileira desenvolver um programa espacial autônomo e soberano.
Além disso, coloca em risco as comunidades de remanescentes de Quilombos que há mais de duzentos anos vivem na região.
É indispensável um gesto de altivez do Congresso Nacional, ao apreciar os termos deste malfadado Acordo, visando restabelecer o pressuposto da Soberania Nacional
Nós, cidadãos e cidadãs, atento(a)s aos princípios e a defesa da soberania nacional e conscientes do exercício da soberania popular assegurada pela Constituição da República, nos manifestamos, exigindo:
1. Que o Congresso Nacional rejeite o Acordo.
2. Que se busque uma solução justa e duradoura para que todos os brasileiros que vivem no município de Alcântara tenham seus direitos assegurados e possam trabalhar e melhorar suas condições de vida.
3. Que seja assegurado o direito de nosso povo à investigação, à pesquisa, ao acesso e desenvolvimento de novas tecnologias pacíficas de exploração espacial.
Estaremos sempre dispostos a lutar contra os que, atendendo a interesses de grupos nacionais e estrangeiros, buscam fragilizar o primado da nossa soberania sobre o território nacional. Lutaremos, sempre e incansavelmente, por um Brasil socialmente justo, soberano e democrático.
Teatro João Caetano, Praça Tiradentes, Rio de Janeiro 24 de junho de 2002.

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Mulheres são maioria do eleitorado brasileiro neste ano

A importância do voto das mulheres neste ano foi comprovada com a divulgação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) do perfil dos eleitores, que traz informações sobre a idade e o sexo do eleitorado.

Segundo os dados do Tribunal, 50,84% do eleitorado é formado por mulheres. No total, são 58.610.906 mulheres aptas a votar nas próximas eleições. Os eleitores do sexo masculino somam 56.443.272 (ou 48,96% do total).

Os dados do TSE ainda não computam 217.595 eleitores que não informaram o sexo à Justiça Eleitoral. O balanço será concluído no dia 6 de agosto.

Idade
Dos 115.271.753 milhões de eleitores com situação regularizada na Justiça Eleitoral, 27,92 milhões tem idade entre 25 e 34 anos. Os jovens com idade entre 16 e 17 anos, que não são obrigados a votar, somam 2,215 milhões. De 18 a 24 anos, são 22,23 milhões de eleitores.

Segundo o TSE, as eleições deste ano terão 24,18 milhões de eleitores com idade entre 35 e 44 anos, 23,47 milhões que têm entre 45 e 59 anos, e 8,57 milhões com idade entre 60 e 69 anos. Os eleitores que estão acima dos 70 anos e também não são obrigados a votar, chegam a 6,66 milhões. Os dados do TSE revelam que apenas 316 eleitores não informaram a data de nascimento.

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Expediente
Sempreviva Informa é uma publicação quinzenal da SOF - Sempreviva Organização Feminista.
Equipe editorial: Nalu Faria, Miriam Nobre, Sônia Maria Coelho, Marilene do Carmo Barbosa, Maria Otília Bocchini, Fernanda Estima e Juliana Ferreira de Almeida
Edição: Fernanda Estima (Mtb 25.075)
Página na internet: www.sof.org.br
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Fone/fax: (11)3819-3876

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