Dia de Mobilização e Ação Global do FSM

Brasil: Presença da Marcha Mundial das Mulheres

2008-01-26 00:00:00

A intervenção da Marcha Mundial das Mulheres no dia de mobilização e ação global do FSM teve como eixo a denúncia de todas as formas de violência contra as mulheres, em especial no Irã, Quênia, República Democrática do Congo, México, Haiti e Burma.

A Marcha no Brasil traduziu os documentos da Marcha internacional e enviou para todos os contatos nos estados, em forma de boletim eletrônico, além de produzir um panfleto para distribuição durante o ato. Um elemento destacado no ato no Brasil foi a solidariedade ao povo boliviano, que enfrenta ataques da direita boliviana e internacional!

Nas ruas de Belém

Belém demonstrou que os movimentos sociais locais estão mobilizados para organizar o FSM 2009, pois, além de ser o território que receberá o mundo no próximo ano, na Amazônia travamos uma vigorosa luta contra a desigualdade social, o machismo, o racismo, a homofobia, os desequilíbrios ambientais, o imperialismo, potencializados pela globalização neoliberal. Hoje (26/01), o Cortejo político-cultural contou com cerca de 5 mil participantes, organizados nos mais diversos movimentos.

Batucada Feminista

Dentro do Cortejo foram realizados 6 atos, um deles com o tema “O Patriarcado e a luta das mulheres” organizado pelo conjunto do movimento de mulheres. Nesse momento, o som de diversos instrumentos se uniram à batucada e as mulheres ecoaram suas vozes em palavras de ordem que expressavam seus eixos de luta.

A batucada feminista da Marcha, desde o início de percurso denunciou a violência, a mercantilização, a ausência de direitos previdenciários, a pobreza e a baixa participação das mulheres na política, além de dar centralidade à luta pela legalização do aborto. Com irreverência e em aliança com outros movimentos, a Marcha reafirmou seu compromisso com a construção de processos que avancem na construção de alternativas e de plataformas comuns de luta.

Durante a passagem da batucada era visível que as consignas feministas contagiavam as e os participantes. Isso mostra que há receptividade para a luta das mulheres que é fruto da existência de um feminismo militante que sai às ruas com garra e vontade de mudar o mundo para mudar a vida das mulheres. Os cantos “feminismo pra frente, o machismo pra trás” e “somos mulheres e não mercadoria” marcaram a intervenção da batucada.

Nas ruas de São Paulo

Os movimentos sociais em São Paulo inovaram ao organizar um grande teatro nas ruas do centro da cidade. Os movimentos se agruparam de acordo com suas principais bandeiras de luta – educação, trabalho, reforma urbana e agrária, luta contra o racismo e o machismo. As mulheres da MMM estiveram junto com o movimento de moradia e o movimento negro, e destacaram a luta por igualdade, pela legalização do aborto e por uma vida sem violência contra as mulheres.

Cada agrupamento dos movimentos, denominados “clãs”, se somaram na luta contra o imperialismo dando o caráter da transformação social que queremos.

O ato da MMM teve dois momentos. Antes de se somar ao ato do conjunto dos movimentos, as mulheres da Marcha se concentraram no Largo do Paissandu, e iniciaram a panfletagem e o ensaio da batucada. De lá saíram em caminhada, com algumas paradas para denunciar a violência contra as mulheres em todo o mundo. As mulheres que passavam pelas ruas foram contagiada pela manifestação da Marcha, animada pela Batucada Feminista e as palavras de ordem que apresentam o mundo que as mulheres querem construir.

Com o mote “Estamos nas ruas em solidariedade com as mulheres que são impedidas de estar” a solidariedade internacionalista foi a marca da ação da Marcha Mundial das Mulheres neste dia de ação global.

Ao final do ato, um jogral das mulheres denunciou a violência vivida pelas mulheres no Irã, Quênia, República Democrática do Congo, Burma, Haiti e no México.

Mudar o mundo para mudar a vida das mulheres! Mudar a vida das mulheres para mudar o mundo!

Com estas mobilizações, a MMM e os movimentos sociais afirmaram mais uma vez que é com mobilização social nas ruas que será possível construir outro mundo possível. Sem racismo, sem lesbofobia, sem machismo e sem capitalismo!