Jornalismo ambiental ameaçado de extinção

2005-08-09 00:00:00

Jornalistas que atuam com meio ambiente podem ser os olhos
da sociedade sobre o que acontece em um país continental
como o Brasil.

Para isto é necessário o fortalecimento das mídias que
publicam textos e reportagens ambientais, que atualmente
enfrentam muita dificuldade para sobreviver. Mesmo as
maiores, como o Projeto Terramérica, realizado pela IPS em
parceria com a Agência Envolverde, o Pnuma e Pnud, têm de
sair todo o tempo "com o chapéu na mão", para garantir sua
sustentabilidade.

Profissionais de diversos estados brasileiros discutiram,
na sexta-feira, a sustentabilidade financeira de mídias
ambientais. O cenário não mudou desde o último encontro, no
FSM de 2003. As mídias ambientais continuam existindo
porque seus editores são persistentes.

A principal proposta de então, levada ao governo, caminhou
muito pouco. A esperança era a criação de um Grupo de
Trabalho (GT) de comunicação ambiental no âmbito do
Ministério do Meio Ambeinte. O GT nasceu e morreu
praticamente no mesmo dia, durante a Conferência Nacional
do Meio Ambiente no ano passado.

O objetivo deste GT era pressionar o governo a dedicar um
pequeno percentual de suas verbas publicitárias (0,5%) para
publicações de caráter ambiental e social, de acordo com
critérios técnicos a serem definidos pelo próprio GT.

Nenhuma reunião aconteceu mais, apesar da ministra Marina
da Silva ter declarado durante o FSM que o GT estaria ativo.
Uma das decisões assumidas pelos jornalistas foi fazer
esforços para revitalizar esta iniciativa através de uma
reunião com a ministra, que deverá ser agendada por sua
assessoria.

Congresso em São Paulo Sem recursos para cumprir seu papel
de lançar um olhar ambiental sobre as pautas jornalísticas,
as mídias ambientais vão seguir dependentes da boa vontade
de algumas poucas empresas, ignoradas pelas agências de
publicidade que repartem o bolo do financiamento editorial
no Brasil, e baseadas em uma estrutura voluntarista de
trabalho.

Para romper o círculo vicioso, as principais redes de
jornalistas do Brasil e da América Latina, representadas no
encontro, decidiram realizar em setembro de 2005 o I
Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, na cidade de
São Paulo, quando vão ser chamados os principais atores dos
processos de comunicação e meio ambiente para evitar a
extinção de uma espécie de jornalismo que ainda está na
infância.

http://www.ipsterraviva.net/tv/wsf2005/viewstory.asp?idnews
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