Sempreviva Organização Feminista

2005-04-04 00:00:00

Boletim eletrônico da SOF - Sempreviva Organização Feminista - edição setembro de 2003

Não aos acordos da OMC! Somos mulheres, não mercadorias!

13 de setembro, sábado: marcha dos Movimentos Sociais

Concentração às 10 horas, na Praça Oswaldo Cruz, e passeata na avenida Paulista

Feministas, trabalhadoras e trabalhadores, estudantes, sem-teto e sem-terra, desempregados, homens e mulheres, por meio de suas entidades e movimentos, organizaram a Coordenação dos Movimentos Sociais, espaço de unidade para todos que querem organizar a esperança e mudar o rumo do país, acreditando que outro mundo é possível.

Empenhados na construção deste outro mundo, ativistas dos mais variados setores se organizam para lutar contra os prejuízos causados pelo neoliberalismo, em campanhas como a que defende o plebiscito oficial sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), campanhas por emprego e renda para brasileiras e brasileiros, desenvolvimento sustentável e novos rumos para o país.

Em Cancun, México, a burguesia, através da Organização Mundial do Comércio (OMC), esta semana faz acordos para privatizar a distribuição de água, a saúde, a educação e a vida, aprofundando a dependência dos países pobres. Os Estados Unidos tentam a todo custo implementar a Alca para tornar o Brasil, para sempre, sua colônia. O FMI tenta impor um novo acordo que pode amarrar a economia brasileira, impedindo o desenvolvimento e a geração de empregos.

Em todo mundo a sociedade estará mobilizada de 8 a 13 de setembro para dizer NÃO a tudo isto. Só o povo organizado e em marcha, mostrando a sua força, pode impedir os acordos da OMC. A Marcha Mundial das Mulheres estará presente, organizando as mulheres e suas reivindicações, afirmando que não aceitamos a tirania do mercado.

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Brasileiras estão entre vítimas de tráfico de pessoas
As brasileiras estão entre as maiores vítimas do tráfico de pessoas na América Latina e, em muitos casos, viram prostitutas na Europa, Japão e em países que fazem fronteira com o Brasil. Os dados são da Organização Internacional sobre Migrações (OIM), agência da ONU que alerta que, na região, o Brasil só perde para a República Dominicana e a Colômbia no número de vítimas.

Segundo a entidade, só na Espanha, cerca de 1.800 brasileiras trabalham na indústria do sexo e a maioria delas teria saído do Brasil sem saber que esse seria seu destino. Haveria 12.800 prostitutas estrangeiras no país, quase um terço delas de origem colombiana.

Na Suíça, cerca de 2 mil brasileiras trabalhariam em casas noturnas, o que significa que um a cada dez brasileiros vivendo no país atua na indústria do sexo. Nos Estados Unidos, elas representam parcela importante das 50 mil prostitutas que atuam no país.

Um relatório de junho do Departamento de Estado norte-americano aponta que o país está preocupado com a situação do tráfico de pessoas no Brasil, não só para o mercado do sexo no exterior, mas também no que se refere ao uso de homens na lavoura em condições que beiram a escravidão.

Outro caso que assusta: todos os dias, de duas a dez mulheres e meninas colombianas são vítimas do tráfico. Apesar de a situação preocupar, a OIM não pode ajudar o Brasil. O País não paga contribuição à entidade.

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Para deputada, anúncio de grife ofende a mulher

Ofício da deputada Iara Bernardi (PT-SP) ao Conselho Nacional de Regulamentação Publicitária (Conar) protesta contra campanha publicitária veiculada pela grife de roupas Forum por considerá-la ofensiva à mulher. O anúncio publicado em jornais mostra um homem agarrando uma mulher e um texto extraído do livro "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de Jorge Amado, com a chamada "Desejo do Brasil".

Segundo a deputada, "a imagem de uma mulher sendo subjugada sexualmente com o intuito de vender roupas contraria tudo o que as mulheres conseguiram nos últimos 40 anos em termos de direito, dignidade e respeito por parte dos homens". Iara, que é autora do projeto transformado na lei que pune o assédio sexual, entende que o anúncio reforça a idéia de que a mulher só serve para satisfazer os desejos sexuais dos homens. "Até quando teremos de conviver com esse pensamento machista de que a única coisa útil da mulher é o corpo?"

Segundo Iara, sua manifestação de repúdio não visa a atacar a liberdade de expressão, mas a levar a uma reflexão, pois "tentar vender roupas dessa maneira é a forma mais grosseira, abjeta e humilhante" de tratar as clientes. O presidente do Conar, Gilberto Leifert, informou ter sido aberto um processo para questionar o anúncio em si e a escolha da mídia que o está veiculando.

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Fórum Social Brasileiro e Fórum Social Mundial são lançados em atividades por todo o país

Junto com o lançamento regional da quarta edição do Fórum Social Mundial, que pela primeira vez será realizado fora do Brasil, foi lançado, no dia 2 de setembro, o I Fórum Social Brasileiro, que ocorrerá em Belo Horizonte entre os dias 6 e 9 de novembro de 2003. Os lançamentos, realizados simultaneamente em São Paulo e Porto Alegre, contaram com a presença de representantes dos conselhos brasileiro e internacional. O Fórum Social Brasileiro estimulará o levantamento de questões preparatórias para serem discutidas no Fórum Mundial, além de aprofundar temas especificamente nacionais.

Em São Paulo, o evento contou com a participação do sociólogo português Boaventura de Souza Santos, da Universidade de Coimbra, Gilberto Talahua, do Comitê Organizador do Fórum Social das Américas, Salete Camba, do Instituto Paulo Freire, Christophe Aguiton, da ATTAC, Fátima Mello, da Abong, Maria Elisa Cevasco, professora da Universidade de São Paulo, e Teivo Teivainen, da Network Institute for Global Democratization, entre outros importantes nomes.

O Fórum Social Brasileiro, para o qual são esperadas 40 mil pessoas, terá três eixos temáticos de discussões. O primeiro tem como tema Imperialismo, estando em pauta a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), OMC (Organização Mundial do Comércio) e a dependência externa de capital estrangeiro, além de questões ligadas a globalização armada e a militarização na América Latina. O segundo eixo geral tem o nome de "O Brasil que temos e o Brasil que queremos", levando em conta o desejo de superação do neoliberalismo por meio de projetos democráticos, populares, não sexistas e anti-racistas de desenvolvimento sustentável, além de questões gerais sobre justiça social. O terceiro eixo abordará a ação global dos movimentos sociais.

As atividades do I Fórum Social Brasileiro serão concentradas no campus da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, além de outros locais públicos da cidade, situados na região da Pampulha, como o Mineirão e o Mineirinho. A exemplo do que vem ocorrendo no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, através dos acampamentos, a juventude presente no encontro estará apresentando propostas para inserir práticas concretas de auto-gestão também no Fórum Social Brasileiro.

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Expediente
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Equipe editorial: Nalu Faria, Miriam Nobre, Sônia Maria Coelho, Fernanda Estima e Julia Ruiz Di Giovanni
Edição: Fernanda Estima (Mtb 25.075)
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