MPA participa da Marcha de Mulheres durante atividades da Cúpula dos Povos

2012-06-19 00:00:00

O Rio de Janeiro acordou nessa segunda (18/06), com a palavra de ordem “ nem tanque nem fogão, lugar de mulher é na revolução”, marcando o 2º dia das ações da Via Campesina na Cúpula dos Povos com a marcha de luta das mulheres do campo e cidade. A mobilização teve a tarefa de externar a toda a sociedade a necessidade de uma nova economia que seja voltada para o povo e sobretudo às mulheres, com o compromisso da construção da igualdade de gênero e a superação do machismo na sociedade.  
 
Cerca de 10 mil pessoas, formadas por uma imensa ala de mulheres junto com vários companheiros, levaram o grito socialista e feminista para a Cúpula dos Povos, apontando para discussões acerca das relações de gênero, o papel fundamental das mulheres no campo e a sua liberdade de expressão. Além dos movimentos  que compõe a via, fizeram parte da atividade o Levante Popular  da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres e setores feministas de diversos sindicados.
 
Para Eulália dos Santos  Oliveira,  camponesa e militante do MPA, o sistema capitalista reforça o machismo ao tratar a mulher apenas como uma simples mercadoria e mão-de-obra barata. “O sistema tira das companheiras  a condição de fazer suas próprias escolhas e de ter uma vida de qualidade, em favor da aglutinação de renda de algumas transnacionais que vem se mostrando mais latente a cada dia que se passa”, afirmou.
 
Para a camponesa os espaços de lutas das mulheres são fundamentais para superar o machismo e construir uma sociedade sem desigualdades sociais e de gênero. “A transformação social não vai acontecer com as mulheres presas em suas casas, só será possível uma nova economia, um novo modo de vida, com as mulheres nas ruas, nos campos, cumprindo sua função social de lutadoras. Esse ato de hoje é fundamental para discutirmos e afirmarmos a posição feminista na sociedade e sobretudo em nossos movimentos que são o embrião da nova sociedade”, analisou Eulália, ao marcar na marcha a importância do feminismo camponês para a construção do socialismo.  
 
Após o encerramento da marcha as atividades continuaram a tarde no Aterro do Flamengo com câmaras temáticas envolvendo a Via Campesina e vários movimentos e organizações do mundo inteiro que estão compondo a Cúpula dos Povos.
 
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