Presença da MMMM no Dia de Mobilização e Ação Global do FSM – Brasil

2008-01-30 00:00:00

A intervenção da Marcha Mundial das Mulheres no dia de mobilização e ação global do FSM teve como eixo a denúncia de todas as formas de violência contra as mulheres, em especial no Irã, Quênia, República Democrática do Congo, México, Haiti e Burma.

A Marcha no Brasil traduziu os documentos da Marcha internacional e enviou para todos os contatos nos estados, em forma de boletim eletrônico, além de produzir um panfleto para distribuição durante o ato. Um elemento destacado no ato no Brasil foi a solidariedade ao povo boliviano, que enfrenta ataques da direita boliviana e internacional!

Nas ruas de Belém

Belém demonstrou que os movimentos sociais locais estão mobilizados para organizar o FSM 2009, pois, além de ser o território que receberá o mundo no próximo ano, na Amazônia travamos uma vigorosa luta contra a desigualdade social, o machismo, o racismo, a homofobia, os desequilíbrios ambientais, o imperialismo, potencializados pela globalização neoliberal. Hoje (26/01), o Cortejo político-cultural contou com cerca de 5mil participantes, organizados nos mais diversos movimentos.

Batucada Feminista

Dentro do Cortejo foram realizados 6 atos, um deles com o tema “O Patriarcado e a luta das mulheres” organizado pelo conjunto do movimento de mulheres. Nesse momento, o som de diversos instrumentos se uniram à batucada e as mulheres ecoaram suas vozes em palavras de ordem que expressavam seus eixos de luta.

A batucada feminista da Marcha, desde o início de percurso denunciou a violência, a mercantilização, a ausência de direitos previdenciários, a pobreza e a baixa participação das mulheres na política, além de dar centralidade à luta pela legalização do aborto. Com irreverência e em aliança com outros movimentos, a Marcha reafirmou seu compromisso com a construção de processos que avancem na construção de alternativas e de plataformas comuns de luta.

Durante a passagem da batucada era visível que as consignas feministas contagiavam as e os participantes. Isso mostra que há receptividade para a luta das mulheres que é fruto da existência de um feminismo militante que sai às ruas com garra e vontade de mudar o mundo para mudar a vida das mulheres. Os cantos “feminismo pra frente, o machismo pra trás” e “somos mulheres e não mercadoria” marcaram a intervenção da batucada.

Nas ruas de São Paulo

Os movimentos sociais em São Paulo inovaram ao organizar um grande teatro nas ruas do centro da cidade. Os movimentos se agruparam de acordo com suas principais bandeiras de luta – educação, trabalho, reforma urbana e agrária, luta contra o racismo e o machismo. As mulheres da MMM estiveram junto com o movimento de moradia e o movimento negro, e destacaram a luta por igualdade, pela legalização do aborto e por uma vida sem violência contra as mulheres.

Cada agrupamento dos movimentos, denominados “clãs”, se somaram na luta contra o imperialismo dando o caráter da transformação social que queremos.
O ato da MMM teve dois momentos. Antes de se somar ao ato do conjunto dos movimentos, as mulheres da Marcha se concentraram no Largo do Paissandu, e iniciaram a panfletagem e o ensaio da batucada. De lá saíram em caminhada, com algumas paradas para denunciar a violência contra as mulheres em todo o mundo. As mulheres que passavam pelas ruas foram contagiada pela manifestação da Marcha, animada pela Batucada Feminista e as palavras de ordem que apresentam o mundo que as mulheres querem construir.

Com o mote “Estamos nas ruas em solidariedade com as mulheres que são impedidas de estar” a solidariedade internacionalista foi a marca da ação da Marcha Mundial das Mulheres neste dia de ação global.
Ao final do ato, um jogral das mulheres denunciou a violência vivida pelas mulheres no Irã, Quênia, República Democrática do Congo, Burma, Haiti e no México.

Nas ruas de Mossoró

Em Mossoró o ato do 26 de janeiro, dia mundial de luta contra o capitalismo, contou com a participação de várias organizações e movimentos sociais da Região Oeste do Estado. Inciou às 6h30min com a demonstração por parte dos trabalhadores e trabalhadoras da economia solidária de que uma outra economia é possível, solidária e com respeito aos saberes populares e a igualdade entre homens e mulheres.

Passaram em nosso ato cerca de 2.000 pessoas entre 6h30min e 11h30min.

A partir das 9h iniciou o ato político-cultural entoado com o som da Batucada Feminista, Pau e Lata e Grupo de Percusão do Grupo Mulheres em Ação.

A transposição do Rio São Francisco, como símbolo do hidronegócio e do desrrespeito as inciativas populares de convivência com o semi-árido nordestino, esteve na pauta do dia como uma agenda unificada da Região Oeste.
A Marcha Mundial das Mulheres concentrou as militantes em torno da Batucada Feminista, quando com muito som e batuque se solidarizou com as mulheres impedidas de estar nas ruas.

Foram muitas as palvaras de ordem que que denunciava esse sistema capitalista e anunciava um outro mundo:
Batucada Feminista, anticapitalista!!!
Lutar, lutar, lutar pra igualdade conquistar!!!
Se cuida, se cuida, se cuida imperialista que aAmérica Latina vai ser toda socialista/feminista!!!
Além de atividades em Natal e Mossoró houve mobilizações no município de São Miguel do Gostoso durante toda a semana encerrando com uma passeta pelas ruas da cidade no dia 25/01, organizada pela Marcha Mundial das Mulheres e demais movimentos, sindicatos e organizações locais.

Mudar o mundo para mudar a vida das mulheres! Mudar a vida das mulheres para mudar o mundo!

Com estas mobilizações, a MMM e os movimentos sociais afirmaram mais uma vez que é com mobilização social nas ruas que será possível construir outro mundo possível. Sem racismo, sem lesbofobia, sem machismo e sem capitalism