Mulheres da Via Campesina fazem jornada contra a violência em 15 estados do Brasil

2009-03-17 00:00:00

Balanço das atividades realizadas na semana do 08 de março
Neste ano, as mulheres da Via Campesina e Organizações urbanas, demarcaram a Jornada Nacional de Luta das Mulheres (de 08 a 13 de março de 2009), realizando diversas atividades e ações em todo o Brasil, denunciando as diversas formas de violência, mas também denunciando o governo por sustentar o agronegócio e as empresas transnacionais do setor exportador, especialmente da agricultura, enquanto deixa em segundo plano as/os trabalhadoras/es rurais, a pequena agricultura e a Reforma Agrária.
Apenas em dezembro, o agronegócio demitiu 134 mil pessoas em todo país, sendo o segundo setor que mais demitiu com a crise econômica, apesar da alta lucratividade do último período e os investimentos do governo. Em 2008, o BNDES desembolsou para os setores da mineração, agropecuária, celulose e papel cerca de R$ 17 bilhões. Do total de R$ 1,51 trilhão previsto para o período entre 2008 e 2011, somente o agronegócio tem previsão de R$ 45,1 bilhões em investimentos.
Abaixo informes gerais das atividades que aconteceram nos Estados:

Acre
Maranhão
Pernambuco

Alagoas
Mato Grosso
Rio Grande do Sul

Bahia
Pará
Rondônia

Brasília
Paraíba
Santa Catarina

Espírito Santo
Paraná
São Paulo

Diante da realidade que nos é imposta hoje, pela sociedade capitalista e patriarcal, nós, mulheres camponesas, reafirmamos nossa luta pela concretização de uma nova sociedade, onde hajam novas relações de gênero, novas relações entre os seres humanos e a natureza, onde possamos viver de forma plena e integral.
Nesse 8 de março, mais uma vez, reforçamos nosso compromisso em defesa da vida, em defesa da natureza  e todas as suas formas de vida. Reassumimos nosso compromisso na luta pelo fim da violência praticada contra as mulheres, porque acreditamos que uma vida sem violência é um direito das mulheres.
Exigimos que a Justiça abra os olhos e enxergue a realidade de milhares de mulheres que estão excluídas da sociedade e que o Estado crie políticas públicas que atendam às necessidades do povo brasileiro, em especial, às mulheres, que não tem acesso à saúde, à educação, à informação, à vida.
Nenhuma mulher gosta de apanhar, o que existe é mulher humilhada demais para denunciar, machucada demais para reagir, pobre demais para ir embora.
MMC Brasil – Sem Feminismo, não há Socialismo.